quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Lawrence of Arabia











A S.A.




Amei-te, e por isso tomei nas minhas mãos esta maré de homens,

e escrevi a minha vontade em estrelas pelo céu

Para te dar a Liberdade, essa preciosa casa de sete pilares,

para que que os teus olhos me fitassem, brilhantes

Quando chegássemos.



A morte parecia servir-me, no caminho, até nos aproximarmos

e te vermos à espera:

Quando sorriste, ela, cheia de inveja, ultrapassou-me

e levou-te consigo:

Para o seu silêncio.



O amor, fatigado da jornada, procurou o teu corpo, nossa breve

recompensa, enquanto nossa,

Antes que a mão macia da terra explorasse as tuas formas,

e os vermes cegos se alimentassem

Da tua substância.



Pediram-me os homens que erguesse a nossa obra, a casa

inviolada, em memória de ti.

Mas, porque não era o monumento adequado, despedacei-a,

Inacabada: e agora

Pequenos seres rastejam no silêncio, construindo choupanas

na sombra arruinada

Da dádiva que eu te destinava.


T.E.Lawrence






Épica obra prima do mestre David Lean, 1962

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